terça-feira, 15 de abril de 2008

Poetas

Na minha cidade tem poetas, poetas que chegam sem tambores nem
trombetas,
trombetas e sempre aparecem quando menos aguardados, guardados,
guardados entre
livros e sapatos, em baús empoeirados. Saem de recônditos
lugares, nos ares, nos
ares ondem vivem com seus pares, seus pares seus
pares e convivem com fantasmas
multicores de cores, de cores que te pintam
as olhereiras e te pedem que não
chores. Suas ilusões são repartidas,
partidas, partidas entre mortos e feridas,
feridas, feridas, mas resistem
com palavras confundidas, fundidas, fundidas ao
seu triste passo lento pelas
ruas e avenidas. Não desejam glórias nem medalhas,
se contentam com
migalhas, migalhas, migalhas de canções e brincadeiras com seus
versos
dispersos, dispersos, obcecados pela busca de tesouros submersos. Fazem
quatrocentos mil projetos, projetos, que, jamais são alcançados, alcançados,
cansados, cansados, mas nada disso importa enquanto eles escrevem, escrevem,
escrevem
...

Nenhum comentário: